O eco das expetativas

O meu caminho estava traçado, na minha cabeça tudo estava delineado, os meus objetivos eram certezas. Toda a positividade estava em mim, todos os sonhos, todas as expetativas... E nem sequer eram muito elevadas...

O tempo foi passando e, de repente, começou a correr! Tentando manter a calma, continuei o meu percurso, mas o tempo não quis esperar por mim. 

A cada expetativa falhada crescia a frustração. Quando dei por mim tinha um saco cheio de frustrações, fruto dos meus sonhos, das minhas expetativas. O eco das minhas expetativas não me deixa. As minhas expectativas são o meu fantasma. Sempre que tento relaxar elas estão lá a chamar por mim e a culparem-me por não ter conseguido atingir os meus objetivos e por não ter conseguido realizar os meus sonhos.

Imagem: Enrique Meseguer

A minha geração, a geração à rasca, a geração que não sabe lidar com as frustrações, certo? Certo. Quase certo. Porque eu vou saber lidar com os caminhos que não são possíveis. Porque eu... Porque nós vamos encontrar caminhos diferentes, caminhos alternativos, outros caminhos... E vamos ter que improvisar, porque na nossa geração já não dá para lidar com caminhos estanques e sofrimentos vitalícios. 

Nesta geração de corações habituados à adaptação, à velocidade e não à dificuldade. Aqui onde o mundo corre e não nos dá tempo para sofrer, para pensar ou ponderar. Aqui... Hoje, onde a dificuldade não é a fome, nem a guerra, mas sim a pressa de correr para não chegar tarde. Esta é a guerra: acompanhar o mundo e os outros, acompanhar as nossas expetativas e as expetativas dos outros. Esta é a nossa guerra...

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