O amor-próprio nasce do amor que recebemos

Sim, é uma grande falta de amor... Falta de amor de fora, falta de cuidado alheio, falta de preocupação do próximo. Sim, eu sinto isso. Sim, eu sinto falta de amor, embora tenha amor-próprio. E é por ter amor-próprio que supero a falta de amor. 

Eu sobrevivo, por todo o amor que tenho por mim. E é por todo este amor que descarto amores incompletos. Mas não me digam que por amar-me não preciso que me amem. Era bom que assim fosse, mas não viemos ao mundo para nos amarmos apenas a nós. 


Imagem: Dan Gold

A vida mostra-nos que viemos ao mundo não só para nos amarmos, mas também, e principalmente, para amarmos os outros, para cuidarmos dos outros. Nós só percebemos o amor quando nos sentimos cuidados, amados e abraçados. Se alguém cuidou de nós, assim nós sentimos o amor. Portanto, o amor não vem originalmente de dentro, vem de fora, vem de quem nos ensinou, vem de quem cuidou, vem do outro. Só assim nasce o amor. O amor não é um "amor individual" , não é o banal "amor-próprio". O amor precisa sempre de um trabalho em conjunto e precisa de ser ensinado.

Por favor, não me digam que para amar outra pessoa é preciso amar-me a mim mesma. Eu preciso que me amem, para entender o amor entre mais que uma pessoa. De amor-próprio percebo eu. E garanto-vos que são dois amores diferentes e separados. O amor-próprio precisa de nascer do amor alheio. Podemos parar de dissocia-los? 

Daí a importância de darmos amor. Ao darmos amor estamos a ensinar a amar. O amor vem de fora para dentro e consequentemente de dentro para fora. 


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